INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA E PROBLEMAS INTESTINAIS

INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA E PROBLEMAS INTESTINAIS






  



A Incontinência Urinária caracteriza-se pela perda involuntária de urina, ou seja, pela falta de controle da bexiga e dos músculos da região do períneo (região entre os genitais e o ânus).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) os problemas urinários atingem 10% da população de um país.
A Incontinência Urinária é muito comum, mas as pessoas ficam muito inibidas para pedir ajuda. Pesquisas mostram que existem pessoas que não buscam ajuda, cujo estado podia se beneficiar com tratamentos, e outras pessoas que melhorariam sua qualidade de vida.
A paciente que apresenta Incontinência Urinária passa por determinadas situações como o medo de chegar tarde ao banheiro (ocorrendo perda de urina antes), incômodo por estar molhado, medo de estar mal cheirosa e falta de onfiança em si mesmo, o que poderá levá-la a desvalorização pessoal e depressão.
Incontinência Urinária pode, inclusive, prejudicar a auto-estima e o convívio social dessas pessoas.
Estudos científicos mostram que no Brasil cerca de 18 milhões de pessoas sofrem de perda involuntária de urina, sendo que cerca de 80% são mulheres. O problema se acentua no pós-parto, em atletas, na menopausa e na terceira idade.


COMO A MULHER URINA NORMALMENTE


A bexiga se enche de urina fabricada pelos rins e se distende. A bexiga é mantida fechada pelo esfíncter da uretra e também pelos músculos do períneo.
Quando se decide urinar, a bexiga se contrai de maneira automática e o esfíncter juntamente com os músculos do períneo se relaxa. Uma vez que a bexiga foi esvaziada, ela se relaxa e o esfíncter se fecha automaticamente.
Pode-se decidir por não urinar e contrair os músculos do períneo, então, a bexiga irá se relaxar por mais algum tempo, deixando entrar um pouco mais de urina, e a vontade de urinar passará momentaneamente.
Geralmente esse processo se repete a cada 3 horas, ou seja, de 6 a 8 vezes por dia e no máximo 1 vez à noite.


COMO SE CLASSIFICA A INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA


As mulheres são mais propensas porque a doença é resultado, entre outros fatores, de flacidez muscular na região perineal. A gravidez, ainda mais se houver várias gestações e aumento de peso, pode provocar essa flacidez, bem como um estilo de vida sedentário. A menopausa também acarreta uma série de alterações no corpo feminino, entre as quais uma possível falta de coordenação da bexiga e suscetibilidade a infecções urinárias. Atletas também podem apresentar o problema, pois com a grande carga de exercícios desenvolvem grande pressão abdominal, senda esta maior que a pressão perineal.
Para uma quantidade normal de água ingerida (1,5 a 2 litros ao dia), é comum irmos ao banheiro de seis a sete vezes (06-07) por dia. Desejos muito freqüentes de ir ao banheiro podem ser considerados por nós, normais, no entanto, isto poderá ser uma forma de manifestação de problema no sistema urinário.
A Incontinência Urinária é favorecida por várias razões: quando os músculos abdominais são muito fortes e o períneo muito fraco; quando há o enfraquecimento muscular do períneo causado pela gravidez ou parto; menopausa; dificuldade e força para evacuar e infecções urinárias freqüentes.
Maus hábitos urinários, como "segurar a urina" por muito tempo, má posição para urinar e uso da força abdominal no momento da micção, também podem favorecer o aparecimento de distúrbios urinários.
O distúrbio é classificado de acordo com sua causa. Ele pode ser transitório e provocado por infecção no aparelho urinário, constipação intestinal, efeito colateral de certos medicamentos, desequilíbrios hormonais e problemas psicológicos. O estresse também pode alterar o controle sobre a contração e o esvaziamento da bexiga.





           



Quando a causa é mesmo a flacidez muscular, a incontinência pode ser de três tipos:
A musculatura do períneo é a responsável pela continência e se ela estiver apresentando fraqueza, a pressão da válvula que impede a saída de urina da bexiga estará diminuída e não agüentará a pressão que a bexiga exercerá sobre essa musculatura, ocorrendo as perdas urinárias.
Isso poderá acontecer durante atividades físicas, a tosse, o espirro, o riso, o pulo ou outro tipo de esforço. É a chamada Incontinência Urinária de Esforço (IUE).
Nas mulheres, essa fraqueza pode ocorrer devido à gravidez ou à menopausa. O intestino preso, o fumo, problemas neurológicos, cirurgias no baixo ventre, infecções urinárias de repetição e certas ginásticas podem favorecer os problemas urinários.
Se a perda de urina acontece ao correr ou nas atividades físicas, nem sempre é o exercício que está errado, mas o períneo que está fraco e deve ser trabalhado, ou seja, deve-se fortalecer e contrair o períneo durante a execução dos exercícios. O exercício abdominal feito sem contração perineal pode realizar uma pressão sobre o períneo e aumentar as chances para o aparecimento da perda involuntária de urina, principalmente no pós-parto, quando o períneo deve ser fortalecido antes do abdomên.
Outro tipo freqüente de alterações urinárias são as contrações incontroláveis da bexiga. A bexiga é um reservatório muscular que se contrai quando temos vontade de urinar e durante a micção. Se essas contrações tornarem-se xcessivas e freqüentes, o desejo de urinar passa a ser incontrolável e urgente, podendo ocorrer em qualquer lugar e também ode ser desencadeado por mãos na água ou uma emoção. Trata-se da Hiperatividade Vesical. Na hiperatividade vesical há um aumento da freqüência urinária (urinar mais de 8 vezes ao dia e mais de 1 vez à noite), urgência para urinar que poderá ou não estar acompanhada de perda de urina.
Uma Incontinência Urinária de Esforço (IUE) pode estar associada a Hiperatividade Vesical, trata-se então de uma Incontinência Urinária Mista (IUM), que apresentará os sintomas dos dois casos.
Há ainda a Incontinência por Transbordamento ou Retenção Urinária, que ocorre como conseqüência do esvaziamento incompleto da bexiga. O principal sintoma deste problema é a sensação de vontade de u rinar mesmo logo após ter esvaziado a bexiga. Quem apresenta Incontinência por Transbordamento poderá sempre perder pequenas quantidades de urina durante o dia e a noite e urinar pouco e ter a sensação de que a bexiga está parcialmente cheia.
Apesar de tantos fatores desfavoráveis, cada vez menos mulheres sofrem com a incontinência. Elas agora estão chegando à menopausa se preocupando mais com a saúde e a boa forma, mantendo atividades físicas que adiam e previnem o incômodo. E hoje elas procuram ajuda assim que percebem algo de errado, o que facilita a terapia.



FISIOTERAPIA PERINEAL



   



Atualmente, o tratamento para a Incontinência Urinária pode ser feito por meio de medicamentos, cirurgias e fisioterapia do períneo, realizada através de exercícios específicos e de exames computadorizados.
Os exercícios para o fortalecimento do períneo possibilitam que a paciente descubra a importância da utilização correta da contração muscular na região do períneo. A grande maioria das pacientes não tem noção de como utilizar essa contração muscular. A conscientização desses músculos é melhor, quando  utilizada uma técnica com uma sonda vaginal ou anal, e com o trabalho manual e a massagem.
As descobertas sobre o assunto desenvolveram uma técnica computadorizada, que avalia e trata as pacientes – o biofeedback. As técnicas de biofeedback utilizam aparelhos com curvas, sons e cores. Associamos também a eletroterapia para estimular e manter a contração muscular, além de reduzir as contrações da bexiga, que causa uma situação incômoda que obriga as pessoas a irem ao banheiro com mais freqüência.
Existem várias outras técnicas úteis e importantes para se trabalhar nesta especialidade como a ginástica hipopressiva, técnicas de relaxamento, exercícios posturais, cones vaginais e diários miccionais.


DICAS PARA EVITAR A INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA


1) Fortalecer a musculatura do períneo;
2) Utilizar a musculatura perineal, corretamente, ao realizar esforços físicos;
3) Evitar e tratar a constipação intestinal (não forçar ao evacuar e ir ao banheiro regularmente);
4) Urinar com tranqüilidade, deixando a bexiga se esvaziar completamente;
5) Beber água várias vezes ao dia (para evitar infecções urinárias);
6) Fortalecer o abdômen e ter boa postura;
7) Após o parto, fortalecer a musculatura perineal antes de fazer outras atividades
físicas;
8) Urinar regularmente a cada 4 horas, evitando que a bexiga fique muito cheia.



A incontinência urinária não é a única disfunção do assoalho pélvico que traz transtornos à qualidade de vida. A constipação intestinal (também conhecida como obstipação, prisão de ventre ou intestino preso) e a incontinência fecal (incapacidade de reter flatos ou fezes até local e hora apropriados) também são patologias relevantes pela freqüência com que se apresentam.

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