PRINCIPAIS LESÕES DE OMBRO NOS ESPORTES
Estiramentos
Os músculos e tendões do ombro podem ser lesados por distensões, estiramentos e excesso de uso, ou por um bloqueio vigoroso a um movimento no instante em que os músculos estão se contraindo. O dano pode ser súbito e traumático, ou gradual e progressivo.
As lesões traumáticas no ombro ocorrem em esportes de contato e de combate, hipismo, ginástica e saltos ornamentais. Você pode cair desastradamente sobre a mão ou o cotovelo, provocando um estiramento na articulação; ser violentamente atingido no braço numa colisão com um adversário, por exemplo, no rúgbi, ou ao bloquear um lançamento no basquete; desequilibrar-se enquanto executa uma parada de mão em ginástica.
As lesões por excesso de uso estão normalmente associadas a esportes em que o ombro é utilizado de modo repetitivo ou contínuo. Os nadadores de competição produzem cerca de 80% de sua força de braçada através dos braços, e seu treinamento de serviços no tênis, de tacadas de golfe, de arco e flecha ou de arremesso no críquete ou no boliche, pode igualmente acarretar um estiramento dos músculos e tensões, que se tornam ineficazes pela fadiga.
O que se sente
Uma vez ocorrida a lesão, você sentirá a dor sempre que mover o ombro, fazendo o músculo ou o tendão lesado contrair-se ou relaxar-se. Se a lesão for na face anterior do ombro, a dor se manifesta ao contrair os músculos e tendões para levar o braço à frente ou virá-lo para dentro, e sente-se um puxão ao levar o braço para trás e retesar os mesmos músculos e tendões. Já quando a lesão é na face posterior do ombro, a contração dos músculos e tendões, para levar o braço para trás ou voltá-lo para fora, o retesamento dos mesmos ao estender o braço para a frente provocam dor.
Uma lesão nos deltóides, no topo do ombro, dói quando estendemos o braço lateralmente contra uma resistência.
O que aconteceu
Neste tipo de lesão, houve um estiramento ou ruptura parcialde algumas fibras musculares ou tendinosas na área afetada. Também alguns dos ligamentos que protegem o ombro podem ter sido danificados. Se você prosseguir com seu esporte e sentir dor na região lesada, provocará novos danos no tecidos afetados. Usando o ombro de forma desastrada, ao tentar evitar machucá-lo, sofrerá de um enfraquecimento quase imediato dos músculos que deixaram de trabalhar normalmente.
O ombro perde então estabilidade que deve a esses músculos e, com isso, seu funcionamento e sua amplitude de movimento normais. Isso cria, por si mesmo, um ciclo de fraquezaprogressiva e dor associada.
Ruptura do tendão do bíceps
O tendão do bíceps, que passa pela articulação do ombro e depois se une ao volumoso músculo bíceps, na face anterior do ombro, pode sofrer uma distensão, como os outros tendões da região.
Entretanto, um estiramento grave pode rompê-lo por completo, gerando problemas particulares do ombro. Essa lesão ocorre quando o bíceps é bloqueado em forte contração, por exemplo numa situação em que o atleta está prestes a executar um lançamento com toda a sua força e um adversário lhe puxa subitamente o braço para trás. Ocorre, também, quando cargas excessivas criam uma pressão exorbitante no músculo, por exemplo quando um ginasta nas argolas se mantém na posição do Cristo, sustentado o peso de seu corpo graças ao poder de fixação isométrica da musculatura do ombro.
O que você sente é uma súbita "mordida" no tendão, que pode ser muito dolorosa no momento de sua ocorrência ou só mais tarde.
Os primeiros-socorros consistem em aplicações de gelo e uma tipóia caso ombro esteja muito dolorido. Logo que possível, recorra ao médico ou ao pronto-socorro. Talvez você encaminhado a um especialista ortopédico, para uma cirurgia de reparação do tendão, com seu reatamento ao osso, ou simples sutura das pontas rompidas, dependendo da forma da ruptura.
Bursite
O ombro possui muitas e grandes bolsas (bursas) para movimentos livres de atrito entre tendões e seus tecidos subjacentes. Cada uma delas poderá inflamar-se, porque você esteve usando o ombro de forma errada durante alguma atividade ou devido a uma lesão num tendão ou em alguma das outras estrutas articulares, que causou irritação.
Toda vez que você move o ombro de modo a contrair ou irritar a bolsa inflamada há uma reação de dor. No topo do ombro, a bursite provoca dor quando você estende o braço lateralmente ou quando volta para frente com a palma da mão virada para baixo. Estando a bursite localizada na parte posterior do ombro, a dor se manifesta pela torção do braço em ambas as direções. Pode haver também uma sensação de "mordida" num determinado ponto de movimento do ombro. Evite movimentos dolorosos durante um período de 2 a 3 semanas, para que a bolsa inflamada melhore.
É essencial não recomeçar o esporte cedo demais, para evitar que a bursite se torne um angustiante problema crônico. Depois de ter dado ao ombro repouso suficiente para que a inflamação ceda, elabore um programa de execrcícios de mobilização e fortalecimento local, com a duração de 1 semana ou 2, começando com os fáceis, em pequeno número e aumentando gradualmente suas quantidades e dificuldades. Quando os exercícios funcionais puderem ser executados sem dor , você estará pronto para retomar seu esporte com segurança.
Entretanto, se surgir um problema recorrente com bursite no ombro, ou se, já de início, a situação se apresenta muito grave, o profissional de saúde poderá encaminhá-lo a um ortopedista para que a bolsa lesada seja removida cirurgicamente. Depois da operação, o cirurgião indicará quando você poderá começar a exercitar o ombro, cumprindo então um processo de recuperação com seu fisioterapeuta que envolverá o fortalecimento e o relaxamento graduais da articulação.
Luxação do ombro
A luxação de uma articulação significa que um dos ossos saiu de suas estruturas de fixação, causando dor, deformação e incapacidade. No ombro, o ápice do úmero salta de seu "encaixe" de ligamentos de tecido mole e de sua cápsula. O ombro é particularmente vulnerável a essa lesão, já que constitui uma articulação móvel e livre, e em muitos esportes está sujeito a violentos traumas.
A única parte protegida por uma estrutura óssea é o topo, que está coberto pelo arco formado entre a clavícula e a parte superior da escápula. O ápice do úmero pode ser empurrado para frente, para baixo ou para trás. Quando ele é deslocado violentamente, a cabeça arredondada do osso se rompe por completo a cápsula articular e seus ligamentos, bem como os músculos ou tendões circunjacentes. Mas, se o osso retorna a seu lugar imediatamente, o que ocorre é uma subluxação.
Esse tipo de lesão acontece às vezes, quando cai de uma determinada altura, apoiado sobre a mão, estando esta num certo ângulo. No rúgbi , no judô ou na luta romana, o ombro pode sofrer facilmente uma luxação, quando o braço é estirado fortemente pelo adversário. Nos nadadores, a lesão acontece sob uma pressão relativamente fraca. Isto pelo fato de eles terem os músculos de um lado do ombro superdesenvolvidos, enquanto que os do outro lado ficam relativamente fracos.
No nado de costas , são os da parte anterior os mais fracos, permitindo à cabeça do úmero resvalar para frente. Já no crawl a subluxação acontece do lado inverso.
O que se sente
O deslocamento de um osso da articulação provoca a sensação de que o ombro está todo desconjuntado, e muita dor. Se o úmero permanece luxado, sente-se sua cabeça arredondada em protrusão e um espaço vazio no ombro. Se ele volta ao seu lugar, a sensação desaparece quase por completo, mas é possível sentir ainda uma folga logo abaixo do topo do ombro.
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